"Acompanhante Perfeita": É bom?


Dirigido por Drew Hancock, Acompanhante Perfeita é um filme que combina entretenimento com reflexões sobre temas como relacionamento abusivo e os limites das interações entre humanos e máquinas. No entanto, apesar da premissa interessante, a execução acaba deixando a desejar.

O filme nos apresenta Iris (Sophie Thatcher) e Josh (Jack Quaid) desde o momento em que se conhecem, em uma cena romântica e espontânea em um supermercado. No entanto, a narração de Iris rapidamente revela que ela é, na verdade, um robô, um detalhe que o diretor nunca tenta esconder, principalmente se você já assistiu ao trailer e viu as capas do filme. Nesse mesmo início, a própria protagonista declara que os dois melhores dias de sua vida foram quando conheceu Josh e quando o matou, nos dando o final do filme de bandeja.

A trama se desenrola quando Iris e Josh partem para um fim de semana em uma casa de lago, a convite de uma amiga dele. Desde o início, fica evidente que ela não é bem-vinda entre os amigos do namorado. Com isso, o filme se transforma em uma espécie de jogo de gato e rato, focando na perseguição de Iris, mas se perdendo em seu potencial de aprofundamento dos temas propostos.

Jack Quaid se destaca ao interpretar um homem emocionalmente abusivo, que se sente constantemente insatisfeito e culpa o mundo por seus fracassos. Sua atuação nos faz torcer por Iris, que, por sua vez, é brilhantemente interpretada por Sophie Thatcher. A atriz equilibra com maestria a rigidez robótica de sua personagem com olhares e expressões que sugerem um "algo a mais", tornando ainda mais evidente a toxicidade de Josh.

No entanto, Acompanhante Perfeita falha ao não explorar a fundo a dinâmica de poder entre homem e mulher e a crítica ao abuso psicológico. O filme tem potencial para uma análise mais incisiva, mas acaba entregando uma narrativa previsível e superficial. É impossível não pensar que, com um olhar mais sensível (talvez de uma direção feminina?), a história poderia ter sido muito mais impactante.

No fim, Acompanhante Perfeita deixa a impressão de um episódio alongado de Black Mirror, com uma ideia promissora que não chega ao seu potencial máximo. Um entretenimento que vale pela atuação de Sophie Thatcher, mas que poderia ter sido muito mais memorável.

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